A Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, instou quinta-feira [06.10.2023], na província do Huambo, a comunidade académica, enquanto braço científico, a apoiar a implementação de programas direccionados à segurança alimentar no país.
O apelo foi feito durante um encontro com membros da comunidade académica, em que se fizeram presentes a Ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Bragança, e a governadora local, Lotti Nolika.
Durante a sua intervenção, Esperança da Costa destacou o problema global ligado aos alimentos e várias crises que se registam pelo mundo, que obrigam os países, incluindo Angola, a identificar novas estratégias e programas para garantir a segurança alimentar e assegurar o desenvolvimento sustentável.
O Huambo, sobretudo a comunidade ligada à academia nas áreas de economia e da agronomia, deve ser agressiva junto do empresariado e mostrar os projectos, sobretudo no âmbito da tecnologia alimentar, como forte contributo à garantia de segurança nesta área, defendeu.
A Vice-Presidente da República afirmou que a província pode apoiar na melhoria da produção de sementes, por estar localizada na mesma área que o banco de germoplasma, um dos maiores a nível da região da SADC, auxiliar os camponeses quanto à qualidade dos solos e recomendar o tipo de culturas a ser aplicada. O banco de germoplasma, explicou, possui todo património genético de variedades que o país tem e pode ser utilizado, por serem espécies adaptáveis ao clima e resistentes a pragas.
O facto de estar situada numa zona que integra muitas nascentes, referiu, faz com que o Huambo recomende a prática da aquicultura, recorrendo às espécies nativas do país, e que identifique espécies vegetais que podem ser utilizadas em termos de exploração de bio-recursos.
A Vice-Presidente da República, que apontou, igualmente, os recursos florestais e a necessidade de efectuar o levantamento de todo conhecimento tradicional das comunidades, considerou o Huambo um exemplo, cujo processo deve ser dimensionado para que o país possa aparecer em posição de vantagem na lista da biodiversidade, para o acesso aos financiamentos globais do fundo climático.
A região, adiantou, deve olhar para o nexo clima/biodiversidade e participar da elaboração do Plano de Acção sobre Alterações Climáticas, no âmbito da estratégia aprovada pelo Executivo sobre as alterações climáticas, que vai até 2035.